A História da Inconfidência Mineira e seu trágico final é um dos fatos mais marcantes da nossa história, porém o destino da cabeça de Tiradentes é um dos maiores mistérios de Ouro Preto.
Após ser morto por enforcamento, Tiradentes teve seu corpo esquartejado e suas partes foram colocadas nos locais por onde ele havia passado e falado de suas idéias de liberdade. Era a forma de mostrar ao povo que ninguém deveria ousar se levantar contra a rainha de Portugal! A cabeça, troféu maior, foi salgada, levada para Vila Rica e colocada em uma gaiola presa numa estaca. No centro da Praça de Santa Quitéria, hoje Praça Tiradentes, onde ela deveria ficar até que o tempo a consumisse.
Esse fato ocorreu com grande aparato. Tropas de Dragões se postaram enfileiradas, impondo a ordem e dando um caráter oficial ao evento. O povo se amontoava a certa distância para ver o horrível espetáculo. Na Câmara Municipal os políticos proferiam discursos exaltando Sua Majestade e maldizendo o “traidor” Tiradentes, que recebera um castigo merecido. Que isto sirva de lição a outros subversivos que ousarem se voltar contra nossa querida rainha D. Maria I!
E assim se passou. Amaldiçoado pelas autoridades, olhado com temor e admiração pelo povo, Tiradentes cumpriu a sua sina. À tardinha, todos se recolheram às suas casas, e a praça se esvaziou por completo.
À noite, ninguém costumava sair, pois a luz dos lampiões era muito fraca e todos tinham muito medo de bandidos, assassinos ou mesmo de fantasmas. O tempo estava frio. Era o mês de junho. Tudo era silêncio na Praça de Santa Quitéria. Não havia viv’alma por ali. Apenas uma neblina baixa passava lenta, tampando a pouca visão da praça.
De repente, saído não se sabe de onde, um vulto não-identificado passou sorrateiramente por entre as árvores e moveu-se em direção ao poste onde estava colocada a cabeça do alferes. Retirou com cuidado a cabeça e desceu devagar, colocando-a num saco e depois desapareceu para os lados de Antônio Dias, saindo tão misteriosamente como tinha chegado. Seria alguém da família? Um admirador? Uma amante? Não se sabe. Nunca se soube. Nesta fria e escura madrugada de 1792, um desconhecido colocou a cabeça do Tiradentes em algum lugar onde ninguém jamais a encontrou. Livrou, dessa forma, o alferes da desgraça de ter sua cabeça apodrecendo à vista de todos, em plena praça pública.
Alguns dizem que a cabeça foi embalsamada e colocada numa urna de pedra hermeticamente fechada depois de ser preenchida totalmente com ouro em pó e enterrada em local desconhecido.
Outros dizem que a cabeça foi roubada por um monge. Ele a guardava numa caixa e retirava de vez em quando para meditar diante dela. Meditação sobre a vida e a morte.
Uma terceira versão diz que Tiradentes tinha uma admiradora que, aproveitando-se da confusão estabelecida na praça, sumiu com a gaiola. Sua escrava ficou distraindo o soldado, que era o seu guardião.
Texto adaptado do livro “Tesouros, fantasmas e lendas de Ouro Preto”
Após ser morto por enforcamento, Tiradentes teve seu corpo esquartejado e suas partes foram colocadas nos locais por onde ele havia passado e falado de suas idéias de liberdade. Era a forma de mostrar ao povo que ninguém deveria ousar se levantar contra a rainha de Portugal! A cabeça, troféu maior, foi salgada, levada para Vila Rica e colocada em uma gaiola presa numa estaca. No centro da Praça de Santa Quitéria, hoje Praça Tiradentes, onde ela deveria ficar até que o tempo a consumisse.
Esse fato ocorreu com grande aparato. Tropas de Dragões se postaram enfileiradas, impondo a ordem e dando um caráter oficial ao evento. O povo se amontoava a certa distância para ver o horrível espetáculo. Na Câmara Municipal os políticos proferiam discursos exaltando Sua Majestade e maldizendo o “traidor” Tiradentes, que recebera um castigo merecido. Que isto sirva de lição a outros subversivos que ousarem se voltar contra nossa querida rainha D. Maria I!
E assim se passou. Amaldiçoado pelas autoridades, olhado com temor e admiração pelo povo, Tiradentes cumpriu a sua sina. À tardinha, todos se recolheram às suas casas, e a praça se esvaziou por completo.
À noite, ninguém costumava sair, pois a luz dos lampiões era muito fraca e todos tinham muito medo de bandidos, assassinos ou mesmo de fantasmas. O tempo estava frio. Era o mês de junho. Tudo era silêncio na Praça de Santa Quitéria. Não havia viv’alma por ali. Apenas uma neblina baixa passava lenta, tampando a pouca visão da praça.
De repente, saído não se sabe de onde, um vulto não-identificado passou sorrateiramente por entre as árvores e moveu-se em direção ao poste onde estava colocada a cabeça do alferes. Retirou com cuidado a cabeça e desceu devagar, colocando-a num saco e depois desapareceu para os lados de Antônio Dias, saindo tão misteriosamente como tinha chegado. Seria alguém da família? Um admirador? Uma amante? Não se sabe. Nunca se soube. Nesta fria e escura madrugada de 1792, um desconhecido colocou a cabeça do Tiradentes em algum lugar onde ninguém jamais a encontrou. Livrou, dessa forma, o alferes da desgraça de ter sua cabeça apodrecendo à vista de todos, em plena praça pública.
Alguns dizem que a cabeça foi embalsamada e colocada numa urna de pedra hermeticamente fechada depois de ser preenchida totalmente com ouro em pó e enterrada em local desconhecido.
Outros dizem que a cabeça foi roubada por um monge. Ele a guardava numa caixa e retirava de vez em quando para meditar diante dela. Meditação sobre a vida e a morte.
Uma terceira versão diz que Tiradentes tinha uma admiradora que, aproveitando-se da confusão estabelecida na praça, sumiu com a gaiola. Sua escrava ficou distraindo o soldado, que era o seu guardião.
Texto adaptado do livro “Tesouros, fantasmas e lendas de Ouro Preto”
Já tinha conhecimento desta história, mas adorei a forma como vc abordou o tema no seu blog.
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