O nome verdadeiro de Alexandre Dumas era Alexandre Davy de la Pailletterie. Ele Nasceu no dia 24 de julho de 1802, em Villers-Cotterêts, perto de Paris, na França. Era filho de um general e de uma escrava negra, Marie, que morreu quando o filho ainda era pequeno.
Aos 20 anos, Alexandre mudou-se para Paris. Por indicação do general Foy, Dumas conseguiu um emprego no escritório do duque de Orleans. Começou então a escrever poemas e novelas e, logo depois, seu primeiro drama. Aos vinte e cinco anos, obteve sucesso com sua primeira peça de teatro.
Alexandre Dumas escrevia semanalmente para jornais e revistas. Foi um dos escritores franceses mais produtivos, aceitando inclusive convites para escrever em parceria.
No ano de 1829, lançou a peça Henrique III e sua corte, que fez um estrondoso sucesso. Dumas é lembrado até hoje pelos seus romances, mas, na verdade, foi como dramaturgo que revelou seu indiscutível talento.
Em 1844, a revista O Século publicou a primeira parte de uma história escrita por Alexandre Dumas, que se baseou em alguns manuscritos encontrados na Biblioteca Nacional, enquanto pesquisava sobre Luís XIV. Esses manuscritos contavam as aventuras de um jovem que, ao chegar a Paris, envolveu-se nas intrigas da corte, em assuntos internacionais e políticos e em questões amorosas. Durante seis anos, os leitores puderam apreciar as aventuras do jovem D'Artagnan e de seus três amigos, Porthos, Athos e Aramis, tendo como cenário a história da França e Inglaterra. Mais tarde, essas aventuras foram publicadas e tornaram-se os três romances de D'Artagnan: Os três mosqueteiros, Vinte anos depois e O visconde de Bragelonne.
O homem da máscara de ferro faz parte do terceiro volume, O visconde de Bragelonne, e corresponde à parte que vai do capítulo 209 ao 269.
Dentre outras obras que Dumas escreveu, destacam-se: O conde de Monte Cristo, A tulipa negra, Os irmãos corsos, A rainha Margot, O colar da rainha, O cavaleiro da casa vermelha, Memórias de um médico e A condessa de Charny. Ele também escreveu centenas de peças, anedotas, romances, diários de viagem e histórias para crianças.
Alexandre Dumas fez fortuna com seus livros, mas não soube administra-la. Quando morreu, no dia 5 de dezembro de 1870, estava em total miséria.
O seu corpo foi sepultado no local onde nasceu no cemitério de Villers-Cotterêts até 30 de novembro de 2002, quando foi exumado por ordem do presidente francês Jacques Chirac e numa cerimônia televisiva, seu novo caixão, carregado por quatro homens vestidos como mosqueteiros Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan, foi transportado em procisão solene até o Panteão de Paris, o grande mausoléu onde grandes filósofos e escritores estão sepultados.
Em seu discurso, o presidente disse: "Contigo, nos fomos D'Artagnan, Monte Cristo ou Balsamo, cavalgando pelas estradas da França, percorrendo campos de batalha, visitando palácios e castelos - contigo, nós sonhamos."
Numa entrevista após a cerimônia, Chirac reconheceu o racismo que existiu, devido ao fato de Dumas ter sido filho de uma escrava negra, dizendo que um erro agora foi reparado com seu sepultamento ao lado de autores como Victor Hugo e Voltaire. Dessa forma reconhecendo que apesar da França ter produzido vários grandes escritores, nenhum deles foi tão lido quanto ele. Suas histórias foram traduzidas em quase 100 idiomas, e inspiraram mais de 200 filmes.
Lenda ou história real?
Em 1698, um homem misterioso foi aprisionado na Bastilha. O homem foi mantido na prisão por quase onze anos e, durante todo esse tempo, seu rosto ficou encoberto por uma máscara de ferro. O prisioneiro morreu em 1703 e, em 1711, a cunhada do rei escreveu uma carta para a tia, contando a estranha história.
O filósofo Voltaire revelou ter conhecido na mesma prisão uma pessoa que servia o homem da máscara de ferro. Voltaire contava que o prisioneiro usava a máscara desde o ano de 1661 e que, mais tarde, foi levado para a ilha de Sainte-Marguerite. Ele era jovem, alto e muito atraente; vestia-se muito bem, gostava de música e era parecido com alguém famoso na época; provavelmente, Luís XIV.
Muitas histórias foram contadas acerca do homem da máscara de ferro. Alguns escritores diziam que a máscara era de veludo, e não de ferro.
Em 1789, o jornalista Frederic-Melchior Grimm afirmou que Luís XIV teve um irmão gêmeo idêntico. O rei Luís XIII, pai dos gêmeos, temeroso de que os garotos brigassem por causa do trono mais tarde, havia escondido um dos bebês para que fosse criado secretamente. O garoto foi criado por um casal, que nunca lhe revelou a sua verdadeira identidade. Um dia, já adolescente, ele viu um quadro de seu irmão e compreendeu o que havia acontecido. O rapaz foi preso imediatamente e passou o resto de sua vida com uma máscara sobre o rosto.
Muitas pessoas acreditaram nessa história. À medida que o tempo passava, outros escritores deram novas versões para o caso. Disseram inclusive que, quando a Bastilha foi tombada por um movimento revolucionário, foi descoberto o esqueleto do príncipe, que ainda usava a máscara.
Lenda? Boato? Fato Real?
Alexandre Dumas aproveitou o boato e inseriu-o nesta história, lançando mão de fatos políticos verídicos e mesclando-os de tal maneira que fica difícil separar ficção de realidade.
Corria o boato, na época, de que o rei Luís XIV era filho de Ana D'Austria e de seu amante, o cardeal Mazarino.
Com maestria, Alexandre Dumas centralizou a história em 1661, na França, no reinado do polêmico Luís XIV, também chamado "Rei Sol".
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