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A Era dos Descartáveis

Vivem hoje no planeta Terra aproximadamente 6 bilhões de habitantes. No decorrer do século XX, a população mundial dobrou de tamanho, porém a quantidade de lixo produzida no mesmo período aumentou numa proporção muito maior.
Esse processo começou, de fato, a partir da Revolução Industrial, que ocorreu na Europa em meados do século XVIII. Inicialmente, eram empregadas maquinas a vapor, usadas para mover teares na confecção de tecidos, que depois foram substituídos por equipamentos mais modernos, movidos a eletricidade.
Com o passar dos anos, as indústrias evoluíram consideravelmente e hoje fabricam produtos nem sequer imagináveis naquela época, como geladeiras, fornos de microondas, televisores, celulares e DVD's. A descoberta sucessiva de novas tecnologias vem rapidamente tornando ultrapassados modelos e versões de aparelhos. Os computadores, por exemplo vêm sofrendo tantas modificações que, no Japão e em outros países desenvolvidos, já formam enormes depósitos de sucata, mesmo quando ainda funcionam.
Em toda parte do mundo, a propaganda comercial de jornais, rádio, televisão e internet incentiva as pessoas a adquirir vários produtos e substituir os mais antigos por mais modernos. Relógios, brinquedos, sapatos ou eletrodomésticos logo ficam "fora de moda" e se transforma em lixo. Na Europa, nos Estados Unidos e em menor escala no Brasil encontramos verdadeiros "cemitérios de automóveis", formado por carros abandonados por seus donos, que não encontram compradores, pois a maioria deles procura sempre adquirir os últimos lançamentos do mercado.
Hoje existem milhões de carros no mundo, e possivelmente na Europa o ritmo de produção de automóveis já ultrapassa a taxa de natalidade, isto é, "nascem" mais carros que crianças. Enquanto no Brasil um carro chega a durar mais de vinte anos, nos países europeus sua vida útil é de apenas dez anos. Calcula-se que, anualmente, mais de 12 milhões de automóveis são inutilizados no continente europeu.
Nos dias atuais, os aparelhos eletrodomésticos em geral, como rádios, ferros elétricos, fogões e aparelhos de som, têm menor durabilidade, quebram-se facilmente e necessitam de reposição a curto prazo. Somam-se a estes os telefones celulares, que são trocados constantemente por modelos mais sofisticados. Estamos vivendo assim, a era dos descartáveis, isto é, dos produtos que são utilizados uma única vez ou por pouco tempo e em seguida jogados fora.
Atualmente, fraldas, lenços, coadores de café, xícaras e até mesmo toalhas são lançados ao lixo, logo após seu uso. O mesmo acontece com canetas, lâminas e aparelhos de barbear. Impressoras de computadores e máquinas copiadoras, como xerox ou fax também contribuem com um imenso volume de papéis, rapidamente inutilizados. Cada dia é maior a quantidade de pilhas e de baterias de aparelhos eletrônicos que é descartada pela população. Esse material, juntamente com CD's, disquetes, cartuchos de impressão e baterias de relógio, formam o chamado lixo tecnológico.
Na era dos descartáveis, as embalagens de bebidas e de alimentos, feitas principalmente de alumínio, plástico ou papel, passaram a ser produzidos em larga escala, substituindo os recipientes que até pouco tempo eram totalmente reutilizáveis, como as garrafas de cerveja e de refrigerantes feitas de vidro. As modernas redes de lanchonete, ao servir um simples sanduíche acompanhado de bebida, oferecem caixinhas de papelão ou de isopor, guardanapos, talheres, copos e canudos que serão descartados nume lixeira minutos depois.
Esse tipo de lixo reflete basicamente o modo de vida moderno e agitado das grandes cidades. Em geral quanto mais rica e industrializada for a região, maior será o consumo de descartáveis e a quantidade de lixo produzida por seus habitantes será mais elevada.
Se, não assumirmos, a reciclagem, como uma alternativa viável para o volume de produtos descartáveis, em poucos anos estaremos sufocados em nosso próprio lixo.

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