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Zumbi - O Senhor da Guerra.

O último grande general e o maior mito de Palmares, apesar da fama, não tinha o porte que se imagina para um heroi.
Era um negro magro e baixo, que se impôs mais pela sagacidade e valentia do que pela força. Zumbi na religiosidade africana é o nome do gênio do mal e senhor da guerra.
Nasceu em berço nobre no quilombo, em 1655, filho de Aqualtune, uma princesa africana, e sobrinho do maior de todos os reis do quilombo, Ganga-Zumba, ele nunca conheceu a escravidão.
Desde cedo porém o destino reservou grandes viradas para sua vida. Quando ainda era criança de colo, foi parar nas mão do padre da vila de Porto Calvo e batizado com o nome de Francisco, depois da destruição pelos protugueses do mocambo onde morava.
Era considerado muito inteligente aprendeu português, latim e religião.
Fugiu aos 15 anos e retornou para Palmares que naquela epoca vivia tempos áureos sob a chefia de seu tio Ganga-Zumba, que havia reunido todos os mocambos num grande império.
Zumbi se destacou rapidamente e com 17 anos já era um lider respeitado e foi encarregado pelo treinamento da tropa no mocambo de Sucupira.
Em 1678, quando Ganga-Zumba resolveu firmar uma paz duradoura com os brancos, foi ele quem comandou a oposição à decisão do rei. Ganga-Zumba aceitou a proposta do governo da capitania de Pernambuco de reconhecer Palmares como vila e seu rei como mestre-de-campo. O quilombo ficou dividido. De um lado, os pacifistas que apoiavam o rei, do outro, os jovens inconformados, que aderiram em massa a oposição.
Em 1680, o conselho geral de Palmares decidiu em favor de Zumbi e sentenciou a morte Ganga-Zumba, que morreu envenenado.
Na tradição quilombola, os herdeiros do trono são sempre os sobrinhos e Zumbi foi eleito rei. Inicia-se assim a fase mais sangrenta da história do quilombo, que culminaria com a batalha de Macacos.
Zumbi escapou vivo da derrota, mas dois anos depois seria morto numa emboscada e, em 1695, sua cabeça exposta em praça pública, no centro de Recife.

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